27 outubro 2011

ando pelo norte há demasiado tempo xi

e de batatas cozidas.

ando pelo norte há demasiado tempo x

reparei no outro dia que gosto de salmão.

[correcção: afinal continuo a não gostar de salmão - só do (bem) fumado, como o do sítio ali de cima. hoje ao almoço ia despejando bolo alimentar no prato, mesmo em frente a um sô professor aqui do grupo e outra gente importante.]

ando pelo norte há demasiado tempo ix

há sempre gelado no meu congelador e cogumelos secos no meu armário.

ando pelo norte há demasiado tempo viii

ah, hum e [ar a ser inspirado pela boca rapidamente] são variantes perfeitamente aceitáveis para sim.

ando pelo norte há demasiado tempo vii

gosto de abraçar os meus amigos e acho aquela coisa dos beijinhos estranha.

ontem achei piada

a isto. e sei de alguém que me vai dizer que não desenvolve. [suspiro]

21 outubro 2011

papel químico

«E eu quero brincar às escondidas contigo e dar-te as minhas roupas e dizer que gosto dos teus sapatos e sentar-me nos degraus enquanto tu tomas banho e massajar o teu pescoço e beijar-te os pés e segurar na tua mão e ir comer uma refeição e não me importar se tu comes a minha comida e encontrar-me contigo no Rudy e falar sobre o dia e passar à máquina as tuas cartas e carregar as tuas caixas e rir da tua paranóia e dar-te cassetes que tu não ouves e ver filmes óptimos ver filmes horríveis e queixar-me da rádio e tirar-te fotografias a dormir e levantar-me para te ir buscar café e brioches e folhados e ir ao Florent beber café à meia-noite e tu a roubares-me os cigarros e a nunca conseguir achar sequer um fósforo e falar-te sobre o programa da televisão que vi na noite anterior e levar-te ao oftalmologista e não rir das tuas piadas e querer-te de manhã mas deixar-te dormir um bocado e beijar-te as costas e tocar na tua pele e dizer quanto gosto do teu cabelo dos teus olhos dos teus lábios do teu pescoço dos teus peitos do teu rabo do teu ________ e sentar-me nos degraus a fumar até o teu vizinho chegar a casa e se sentar nos degraus a fumar até tu chegares a casa e preocupar-me quando estás atrasada e ficar surpreendido quando chegas cedo e dar-te girassóis e ir à tua festa e dançar até ficar todo negro e pedir desculpa quando estou errado e ficar feliz quando me desculpas e olhar para as tuas fotografias e desejar ter-te conhecido desde sempre e ouvir a tua voz no meu ouvido e sentir a tua pele na minha pele e ficar assustado quando estás zangada e um dos teus olhos vermelho e o outro azul e o teu cabelo para a esquerda e o teu rosto para oriente e dizer-te que és lindíssima e abraçar-te quando estás ansiosa e amparar-te quando estás magoada e querer-te quando te cheiro e ofender-te quando te toco e choramingar quando estou ao pé de ti e choramingar quando não estou e babar-me para o teu peito e cobrir-te à noite e ficar frio quando me tiras o cobertor e quente quando não o fazes e derreter-me quando sorris e desintegrar-me quando te ris e não compreender porque é que pensas que eu te estou a deixar quando eu não te estou a deixar e pensar como é que tu podes achar que eu alguma vez te podia deixar e pensar quem tu és mas aceitar-te na mesma e contar-te sobre o rapaz da floresta encantada de árvores-anjo que voou por cima do oceano porque te amava e escrever-te poemas e pensar porque é que tu não acreditas em mim e ter um sentimento tão profundo que para ele não existem palavras e querer comprar-te um gatinho do qual teria ciúmes porque teria mais atenção que eu e atrasar-te na cama quando tens de ir e chorar como um bebé quando finalmente vais e ver-me livre das baratas e comprar-te prendas que tu não queres e levá-las de volta outra vez e pedir-te em casamento e tu dizeres não outra vez mas eu continuar a pedir-te porque embora tu penses que eu não estou a falar a sério eu estou mesmo a falar a sério desde a primeira vez que te pedi e vaguear pela cidade pensando que ela está vazia sem ti e querer aquilo que queres e achar que me estou a perder mas saber que estou seguro contigo e contar-te o pior que há em mim e tentar dar-te o meu melhor porque não mereces menos e responder às tuas perguntas quando deveria não o fazer e dizer-te a verdade quando na verdade não o quero e tentar ser honesto porque sei que preferes assim e pensar que acabou tudo mas ficar agarrado a apenas mais dez minutos antes de me atirares para fora da tua vida e esquecer-me de quem eu sou e tentar chegar mais perto de ti porque é maravilhoso aprender a conhecer-te e vale bem o esforço e falar mau alemão contigo e pior ainda em hebreu e fazer amor contigo às três da manhã e de alguma maneira de alguma maneira de alguma maneira transmitir algum do esmagador, imortal, irresistível, incondicional, abrangente, preenchedor, desafiante, contínuo e infindável amor que tenho por ti.»

crave, sarah kane
¤

17 outubro 2011

desde quinta-feira passada que me sinto ligeiramente tonta. não encontro chão debaixo dos pés e a linha do horizonte vai ondulando ondulando ondulando. visto daqui, sábado foi uma desilusão. somos umas crianças.

14 outubro 2011

coração fraco

tenho isto aberto num separador desde manhãzinha e ainda não consegui ler tudo. é que me dá uns nervos...

06 outubro 2011

«A sensação que se tem ao ver os nossos economistas e políticos a discursar é a mesma de ouvir um cirurgião do século XVI a sentenciar muito calmamente que, devido aos Humores e aos Fluxos, será preciso aplicar sanguessugas a alguém que está a morrer de uma hemorragia – e, se isso falhar, é porque o paciente devia ter feito uma dieta rigorosa ou um voto de castidade.»

03 outubro 2011

ando pelo norte há demasiado tempo vi

tenho pelo menos uma faca de manteiga em madeira. e estou a considerar comprar outra.

ando pelo norte há demasiado tempo v

tenho uma montanha de sapatos à entrada e se depois de me calçar e antes de sair tiver de dar dois passos fora do tapete para buscar a chave/telemóvel/mala/o-que-for-que-me-tenha-esquecido sinto-me vagamente nauseada.

ando pelo norte há demasiado tempo iv

nem sem uma lâmpada por cima do lava-loiças.

ando pelo norte há demasiado tempo iii

já não sobrevivo sem forno eléctrico.

ando pelo norte há demasiado tempo ii

no sábado passado, enquanto passeávamos por entre barraquinhas de comida da região numa feira de gastronomia minúscula que organizaram por cá, virei-me para a ida e perguntei-lhe: do you know the difference between turkish and greekish yogurt?

ando pelo norte há demasiado tempo

falta-me um ano por cá e depois de ler isto e mais isto não resisto a começar uma listinha só minha de coisas suecas que já se entranharam em mim. vou acrescentando à medida que me lembrar e talvez lá para o fim compile uma lista - como esta. vão dar uma vista de olhos, se quiserem tentar adivinhar o que irá aparecer por aqui. há coisas que são tal e qual (e apetece-me acrescentar aqui um infelizmente, mas também há muitos felizmentes). ah!, e dou por inaugurada a promeira etiqueta do blogue.

02 outubro 2011


listener

(seria um bocadinho demais roubar o título também, não? mas eu queria...
i lost my friend to sadness)

quero

01 outubro 2011

enganada

era suposto hoje ser o último dia de sol e calor antes do susto que aí vem para a semana, mas afinal está frio e nevoento. acho mal.

apetites

e agora quero ler o resto. nunca me tinha apetecido antes.