29 janeiro 2007

neve


do Lat. nive


s. f.,

precipitação formada pela condensação do vapor de água atmosférico a temperaturas abaixo dos 0º C, em que as minúsculas partículas de gelo resultantes se juntam em cristais maiores, agregando-se em flocos de neve;
extrema alvura;
gelado, sorvete;

fig.,

cãs.

27 janeiro 2007

cinco minutos de lua

dia 1 de fevereiro, que tal apagarem a luz durante cinco minutos? tão pouquinho, né?

a iniciativa é francesa, mas não custa nada participar.

dia 1 de fevereiro
entre as 19h55 e as 20h (18h55 e 19h em portugal)
apaga a luz!

25 janeiro 2007

notícias dos outros

ai, que inveja!

sabem o que é que este senhor aqui de cima andou a fazer? sabem? espreitem aqui. vão ficar cheios de inveja como eu. ahaha!

notícias minhas

notícias minhas não há. nem me apetece contar.

23 janeiro 2007

para saber o que se passa por aí

para subscrever carregar aqui. para saber
o que se passa esta semana carregar
em cima.

22 janeiro 2007

um presente



para ti.

(presente-extra aqui)

21 janeiro 2007

na cova dos lobos: não-crenças, descrenças e coisas que tais



as religiões dos filhos de abraão, na culturgest

"Que sabemos nós, crentes ou não, da religião dos outros? (...) E não é verdade que, por desconhecermos a fé do outro, naquilo que ela tem de explicável, nos parece que a vida dele assenta em práticas e crenças injustificáveis no mundo actual? Como se a fé dos outros fosse qualquer coisa de primitivo, ou mesmo perigoso. Desconhecer aquilo que é um elemento fundamental da vida das pessoas, é não as compreender, é permitir que se instale em nós o preconceito e a intolerância. (...) Talvez, sabendo, nós possamos compreender melhor."


29 de Janeiro, 18h30 · Sala 2 · Entrada Gratuita
Judeus e Judaísmo por Samuel Levy

Samuel Levy, economista e gestor, foi dirigente de várias instituições da Comunidade Israelita de Lisboa, tendo sido Presidente da Direcção desta instituição.

5 de Fevereiro, 18h30 · Sala 2 · Entrada Gratuita
Reforma Protestante: uma história do passado ou uma opção actual? por Silas Oliveira

Silas Oliveira é filho de um pastor da Igreja Baptista. Licenciado em Filologia Românica, jornalista de profissão, participou muitas vezes, como membro da delegação protestante portuguesa, em encontros ecuménicos internacionais. Vive a sua fé na Igreja Presbiteriana de Lisboa.

12 de Fevereiro, 18h30 · Sala 2 · Entrada Gratuita
Testemunhar Deus com os Seis Sentidos: Islão e muçulmanos para além dos textos e dos exotismos por AbdoolKarim Vakil

AbdoolKarim Vakil é professor de História Portuguesa Contemporânea no departamento de Estudos Portugueses e Brasileiros do King’s College de Londres. Coordenador dos Simpósios do Instituto Muçulmano de Londres, modera um cibergrupo de debate de académicos e activistas muçulmanos em Inglaterra e colabora no jornal Muslim News.

26 de Fevereiro, 18h30 · Sala 2 · Entrada Gratuita
Caminhos da Ortodoxia por Ivan Moody

Ivan Moody estudou Música e Teologia nas Universidades de Londres, Joensen e York. Ocupa um lugar de destaque no estudo da música do mundo ortodoxo, sendo actualmente Presidente da Sociedade Internacional de Música Ortodoxa.

5 de Março, 18h30 · Sala 2 · Entrada Gratuita
O catolicismo como radical elogio da Beleza por José Tolentino de Mendonça

José Tolentino de Mendonça, presbítero da Igreja Católica, poeta e tradutor, doutorou-se em Teologia Bíblica. Professor na Faculdade de Teologia da Universidade Católica Portuguesa, Director da Revista Didascália é membro do Centro de Investigação Religiões e Culturas.

20 janeiro 2007

o sorriso

Creio que foi o sorriso,
o sorriso foi quem abriu a porta.
Era um sorriso com muita luz
lá dentro, apetecia
entrar nele, tirar a roupa, ficar
nu dentro daquele sorriso.
Correr, navegar, morrer naquele sorriso.


eugénio de andrade
(fez ontem anos que nasceu)

18 janeiro 2007

enganos

esta história toda aqui de baixo ensinou-me que há gente que apenas defende aguerridamente uma posição porque fica bem. ou então sou eu que espero demais dos outros.

quem me manda confiar?

16 janeiro 2007

à menina de brasília

tudo o que sei de ti é que estás assustada e sozinha. e que o estares assustada e sozinha é um monstro tão gigantesco que te agarra pela garganta com força e te impede de respirar. mas tenta. devagarinho, inspira bem fundo. força o ar pelos pulmões. deixa que te invada o corpo, que te invada a mente.

há coragens que só se têm quando não se consegue ver bem o que há pela frente, e tu não podes pegar nessa lâmina sozinha com o desespero a tapar-te os olhos.

sei que não vais voltar aqui, mas na remotíssima hipótese de isso acontecer tenho de te dizer que te ouvi. sei que já choraste tanto que já quase não deves encontrar lágrimas em ti e que a dor e o medo se transformaram nessa secura que agora comanda o teu corpo. sei que se ainda consegues soltar gargalhadas estas crescem dum sítio escuro em ti onde a alegria já não mora - e sei que achas que nunca mais lá irá morar.

quero dizer-te que a alegria há-de voltar um dia. e que esse nó que sentes a toda a hora e quase te faz desmaiar a cada passo que dás há-de desfazer-se.

mas não com essa lâmina que procuras.

existem outras alternativas, embora neste momento não aches isso. por favor, respira. olha à tua volta. vê as pessoas que te amam - elas existem, mesmo que longe, mesmo que escondidas. sei que as encontrarás. e com elas descobrirás uma solução que não passa pelo esventrar do teu corpo, esse esventrar que a raiva e a urgência te apresentam como única solução. não te magoes mais. não mereces essa dor.

pede ajuda.

eu sei que custa.

mas pede ajuda.

há uma mão algures a tentar encontrar-te. na cozinha de tua casa, ao fundo da rua, no hospital da esquina, aqui.

uma mão que agarrará a tua, mesmo que no fim seja para terminares essa vida que começa agora, timidamente, dentro de ti. mas sempre num sítio onde gente competente te porá a mão na testa e te tranquilizará. e no fim vais poder sorrir de novo.

por favor, pede ajuda.

por favor, não te mutiles.

por favor, lê isto.

caem-me lágrimas às catadupas

hoje, às seis da tarde, alguém chegou ao meu blogue pesquisando no google por: "como se faz aborto com laminas".

tremo ao pensar que esse alguém encontrou uma resposta que considerou razoável. tremo ao pensar que não encontrou nenhuma e que resolveu experimentar na mesma.

onde estás?

quero encontrar-te, embalar-te de mansinho e dizer-te que há outras soluções. que não é caso para desesperares. que alguém competente, treinado, capaz, te vai tirar a lâmina das mãos e pedir para te sentares. e, com calma, vai ouvir-te. e, juntos, vão descobrir as mil hipóteses que agora julgas que não tens. no fim, se realmente decidires que o melhor é abortar (sim, ABORTAR - com todas as letras e em tamanho grande e sem vergonhas ou recriminações morais), poderás fazê-lo com todas as condições médicas necessárias. não com uma lâmina, na casa-de-banho escura dalgum sítio escondido, com mão trémula e inexperiente e lágrimas que te toldam os olhos, enquanto pensas que vais morrer.

este alguém chegou até mim através do que escrevi acerca do referendo aqui e aqui. um desespero que a levou desde o brasil até cá, como o que leva outras tantas pessoas a tantos outros sítios.

dia 11 de fevereiro vou estar em karlstad. perdi um dia inteiro atirada da junta de freguesia para a câmara municipal e daí para a comissão nacional de eleições para conseguir descobrir que não poderia votar antecipadamente, nem no consulado, nem por carta, nem nada. por favor, quem puder vá votar.

quantas meninas estarão agora a sangrar por aí?

o melhor de tudo

chegar carregada de livros e poder ler em português novamente. é a língua mais bonita.

xadrez


Viram-te jogar o xadrez com o dragão.

Mãe, não era eu.

Viram-te... não me interessa. Viram-te e estavas a jogar o xadrez com o dragão.

Mãe, de certeza não era eu.

Estavas. Eras tu. Viram-te numa das janelas da Sociedade e estavas a jogar o xadrez com o dragão.

Isso é mentira, mãe. Palavra que é mentira.

Porque é que teimas? Se te viram...

Viram, nada. Não podiam ter visto.

Não podiam, mas viram. Viram-te a jogar o xadrez com o dragão.

Eu não era, mãe. Não quero saber. Eu não era.

Eras, sim. Eras e vieram-me dizer: olhe, estava a jogar com o dragão. A jogar o xadrez.

Não estava, palavra que não estava. Acredita, mãe, que não estava.

Está bem, acredito. Acredito que não estavas, mas viram-te.

Assim não, mãe. Não estava nem me viram. Não me podiam ter visto.

Pois não te podiam ver, mas viram. Aí é que está. Viram-te numa das janelas da Sociedade a jogar o xadrez com o dragão.

Ó mãe, é mentira. Já disse que é mentira. Eu não estive na Sociedade.

Nem estiveste a jogar o xadrez com o dragão?

Pois claro que não estive. Não estive na Sociedade nem estive a jogar o xadrez com o dragão. É tudo mentira, mãe.

Mentira, só se for a tua, porque se te viram na Sociedade a jogar o xadrez com o dragão e me vieram dizer é porque estavas.

Mãe, não estava. Não estava. Não estava. Sério que não estava.

O choro. O pressentimento do choro, a corrente interna do choro e o curto-circuito que o interrompe a tempo:

Pronto, não estavas. Se insistes que não estavas é porque não estavas. Viram-te mas foi invenção. Inventaram que te viram foi o que foi. Não se fala mais nisso.

Foi invenção, mãe. Inventaram, mãe. Eu não estava, não estava, palavra, mãe. Não estava.

Mesmo assim, rolando, rolando lá de dentro eis que se despenha em avalanche o choro.


*


Para ir ter à sala do fundo, a dos livros, dos jornais e das pequenas mesas, tem de se passar primeiro por pé do balcão da secretaria, onde nunca está ninguém, e, depois, pela sala dos bilhares adormecidos. Alinhados, junto à parede, os tacos a prumo, simulam frágil guarda de honra. Há, ainda, um corredor sombrio e, a proteger o recato da biblioteca e dos jogos silenciosos, uma cortina verde e antiga. Afastada a cortina, entra-se numa sala de leitura.

Vamos a uma partida?

Vamos.

A pequena mesa estremece e o jogo principia.

Caem as pedras uma a uma. É um cataclismo planeado. As torres em ruína, os cavalos num frémito de morte, a rainha por terra, o rei que renuncia.

Xeque-mate.

Previsto.

Então a penumbra da sala, guardada pelos estores descidos, estala num clamor de luz. Do outro lado da mesa, ele levanta-se, refulgente, as escamas eriçadas, arqueando o dorso, corpo em chamas com asas de vitória. Deslumbrando.

Canta uma sirene sereia no seu peito:

Ganho-te sempre.

Sempre, ecoa, prostrada, a frágil voz criança.

13 janeiro 2007

passados

passou o natal.
passou 2006.
passou a visita aí e a visita cá.


daqui a nada passam as seis semanas que faltam e entretanto quem se passa sou eu. já começou - que anormalidade de texto.

olhem só para as fotos, sim?