os suecos não ficam até ao fim do filme. acendem-se as luzes assim que aparecem os créditos finais. é uma chatice, sabem? eu não leio os créditos finais (excepto se for para descobrir o nome daquele actor tããããããão lindo, que isto há coisas que não se controlam...), mas fico até ao fim. puro egoísmo. gosto daqueles últimos minutos para respirar fundo e reentrar devagarinho no mundo a sério. esfumam-se as imagens do grande ecrã, abandonando-me os olhos pouco a pouco. tento perceber uma ou outra cena que, na altura, provocando ou não uma grande emoção, me ficou a boiar cá dentro à espera dum instante em que a ela pudesse voltar - no cinema não há botão de pausa, e ainda bem. coisas.
os suecos não.
aquilo começou assim: a sala cheia (num espanto de gente barulhenta e contente); um moço do clube de cinema a falar durante 10 minutos em sueco (não me perguntem o que ele disse, três aulas de sueco ainda não dão para isso; mas houve muitos braços no ar à vez, a lembrar a escolinha primária quem quer pintar com lápis de cera? eeeeeeeeeeeeeeeu! e as canetas de feltro vão para quem? pra miiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiimmmmmmmm!); assim que ele se senta (sem dizer adeus, acho incrível os suecos não se despedirem) apagam-se as luzes e pronto; durante o filme, muitas gargalhadas* (novamente o espanto - que expansividade é esta que nunca antes a vi por cá sem ser nos socos e encontrões dos bêbedos e nos fãs de hóquei no gelo?); assim que acaba o filme, acendem-se as luzes (um exagero de luminosidade que me cegou imediatamente), levantam-se todos, dirigem-se à saída; acabou.
foi quase como olhar alguém que arranca um penso rápido duma só vez, num puxão vigoroso. já está! já pus a mão no ar para o senhor do clube saber que eu quero as canetas de feltro, já me ri, já sei esta história, agora acabou.
para a semana há mais.
*e nem era filme de rir... talvez por isso.
os suecos não.
aquilo começou assim: a sala cheia (num espanto de gente barulhenta e contente); um moço do clube de cinema a falar durante 10 minutos em sueco (não me perguntem o que ele disse, três aulas de sueco ainda não dão para isso; mas houve muitos braços no ar à vez, a lembrar a escolinha primária quem quer pintar com lápis de cera? eeeeeeeeeeeeeeeu! e as canetas de feltro vão para quem? pra miiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiimmmmmmmm!); assim que ele se senta (sem dizer adeus, acho incrível os suecos não se despedirem) apagam-se as luzes e pronto; durante o filme, muitas gargalhadas* (novamente o espanto - que expansividade é esta que nunca antes a vi por cá sem ser nos socos e encontrões dos bêbedos e nos fãs de hóquei no gelo?); assim que acaba o filme, acendem-se as luzes (um exagero de luminosidade que me cegou imediatamente), levantam-se todos, dirigem-se à saída; acabou.
foi quase como olhar alguém que arranca um penso rápido duma só vez, num puxão vigoroso. já está! já pus a mão no ar para o senhor do clube saber que eu quero as canetas de feltro, já me ri, já sei esta história, agora acabou.
para a semana há mais.
*e nem era filme de rir... talvez por isso.
2 comentários:
Olá. Hoje escrevo um comentário bem grande. E escrevo com acentos e tudo. Considera tudo isto uma pequena prenda que te envio. Estes pseudo-intelectuais que ficam até ao fim do filme, como que a absorver tudo e dizer aos outros "vejam como eu sou bom apreciador de cinema" ou "se já te levantaste da cadeira não deves ter percebido nada do que o realizador quis transmitir", devem ter a mania. :) O Ricardo Sampaio também é assim. Eu não sou desses e um filme é como uma refeição: não fico no restaurante 10 minutos a olhar para um prato vazio ou a acariciar a minha barriga, porque já acabou tudo...e o que havia para perceber já está percebido. Há casos raros em que o filme é marcante mas mesmo assim gosto de saborear o filme em movimento e em paralelo com o mundo real.
E quando saio da sala, olho para aqueles que estão sentados a olhar para um ecrã preto sem nada lá escrito - porque o que lá estava escrito passou tão depressa que nem dá para ler - e às vezes me impedem de sair de uma posição que nem me é muito confortável, e penso: "Não é necessário ficar sentado numa sala a olhar para o nada para dizer ao mundo que gostaram do filme...E eu gostava de ir saborear o filme para a rua, onde o sol ou lua brilham, onde existe algo mais do que um ecrã sem nada lá escrito".
Um beijinho grande para ti.
Espero que te tenha feito sorrir um pouco.
o menino é um q'rido, 'tá a ver? adorei o seu comentário. me'mo fôf.
foi assim quase uma 'xperiência transcendental. é que parecia meeesmo que o menino 'tava aqui pertinho, a gozar comigo ao vivo.
adorei. adorei. adorei.
vá, um beijinho.
Enviar um comentário