já tinha lido
algures que isto era moda para os lados do sol nascente e já alguém me tinha avisado que por aqui também era normal, mas é claro que eu não acreditei! até hoje...
está uma pessoa descansada da vida na paragem do autocarro, a fazer contas de cabeça porque comprou leite e pão e bananas e talvez o dinheiro não chegue para as mil cervejas que encomendou ao vizinho do andar de cima (sim, que isto de
systembolaget é muito engraçado mas é só um dia. o governo sueco não brinca no que toca aos impostos... e mesmo assim é vê-los a fazerem fila - bem-comportadinhos, como suecos que se prezam - às 9h50 da manhã à espera que a porta abra!) e... bom, eu estava a falar do quê? ah, sim!
estou então imersa em complicadíssimos cálculos matemáticos, de importância extrema para a sobrevivência de qualquer pessoa durante um fim-de-semana em rosenborg, e oiço um som gutural, peganhento, esverdeado (um som pode ser esverdeado se eu quiser! ok?!), seguido dum rápido e certeiro put - de profissional.
olho para o lado e vejo duas meninas, loirinhas, com um ar de não-me-toques que só tem paralelo lá para os meus lados, armadas em fixes (como eu agora descobri que só os suecos conseguem, calças dentro das meiitas brancas e gel no cabelo e mil acessórios e peneirices - se ainda olhasse de acordo com os padrões portugueses, acho que diria que 95% dos rapazes daqui têm gostos que dão direito ao fogo eterno que aquele senhor alemão que agora está lá para os lados de itália apregoa) e penso assim: "andas mal, moça. já começas a imaginar coisas. cá para mim é do café..."
mas não era. é que passados dois segundos de eu estar a olhar, pimba! outra vez aquela maravilha de som, desta vez acompanhado duma imagem que eu nunca vou esquecer: sentadinha no banco da paragem, completamente torcida para não estragar os lindos ténis (que eram feios como tudo!), a rapariga tenta acertar na manchita amarelo-esverdeado que tinha deixado no chão há momentos!
(sim, era escarro...)
isto é só comigo, ou a vocês também dá volta ao estômago?