17 dezembro 2008
publicidade, fotografia, lisboa
Lisboa, 3 da manhã, dia 19 de Dezembro e 24 horas seguintes.
«fui convidado para fotografar Lisboa durante 24 horas seguidas enquanto ao mesmo tempo todas as outras capitais europeias estão também a ser fotografadas por um fotógrafo/a. infelizmente não tive e não terei tempo para preparação. não faz mal, terá que ser feito engenho a partir do pouco que se tem. é aqui que vocês ou os vossos amigos e conhecidos podem participar... procuro sugestões e pessoas que vivam ou trabalhem em Lisboa e que gostassem de ser fotografadas por mim nesse dia! preciso de fotografar cada uma das 24 horas e por isso não tenham vergonha e peço descaradamente ajuda na vossa participação. pode ser fotografar o INEM durante a madrugada, como pode ser a fornalha de um padeiro. o quarto de um estudante ou a varanda de um escritor. a vassoura de quem limpa a madrugada ou o crepúsculo de quem não tem casa. o vermelhar de um nascimento ou uma visita às flores de uma lápide. não há muito tempo e resta-me a esperança de alguém ler, distribuir estas palavras rápidas e esperar que alguém me escreva ou me telefone com vontade em participar.
15 dezembro 2008
14 dezembro 2008
09 dezembro 2008
bolo rei
coloca-se ~500 g de fruta cristalizada cortada em pedaços pequenos e ~200 g de sultanas a macerar em vinho do porto. Amassa-se 250 g de farinha com 50 g de fermento de padeiro desfeito em 125 ml de água morna (ou leite); faz-se uma bola, tapa-se e guarda-se a um canto quentinho da cozinha.
bate-se 200 g de açúcar com 200 g de margarina amolecida. junta-se 6 ovos, 2 dl de água (ou leite), uma pitada de sal, 100 ml de vinho do porto (eu juntei aquele onde tinha deixado as frutas a macerar e um gole de rum - ficou mais perto dos 200 ml...) e 1 kg de farinha. amassa-se bem - não é preciso ser tímido, arregaça-se as mangas, pede-se a alguém para segurar a tigela e usa-se as mãos até doerem os nós dos dedos e ainda mais. junta-se o fermento e amassa-se mais até se obter uma massa elástica, que não se cole às mãos (tem de se juntar um pouco mais de farinha se se exagerou na bebida). deixa-se repousar durante uns 5 minutos.
junta-se a fruta cristalizada e ~200 g de frutos secos cortados em pedaços pequenos. envolve-se bem e deixa-se levedar durante pelo menos uma hora tapado com um plástico - até dobrar de volume (e dobra mesmo!).
divide-se a massa em bolas com o tamanho desejado e deixa-se repousar durante 10 minutos, tapadas (ou não se deixa repousar, como eu). molda-se uma coroa fazendo um buraco no meio - quem quiser pode usar o cotovelo.* pincela-se com ovo batido, polvilha-se com amêndoa/noz/pinhões granulado e decora-se com fruta cristalizada, frutos secos e açúcar em pó.
deixa-se levedar no tabuleiro por mais uma hora (ou não. hehe!).
vai ao forno a 180 - 200 ºC durante o tempo que for preciso - para bolos de ~500 g deve demorar uns 25 minutos, mas o melhor é ir espetando a massa com um palito e ver se ainda vem alguma coisa agarrada.
serve-se com vinho do porto, glögg, uma troca de prendas, e gargalhadas q.b.
*não houve fava nem surpresa para ninguém - não arranjei a tempo.
nota: as quantidades da fruta cristalizada, das sultanas e dos frutos secos vêm aproximadas porque coloquei a olho (mais frutos secos e menos fruta cristalizada, acho eu) - mas estas são as que estavam indicadas numa das receitas que segui.
nota: as quantidades da fruta cristalizada, das sultanas e dos frutos secos vêm aproximadas porque coloquei a olho (mais frutos secos e menos fruta cristalizada, acho eu) - mas estas são as que estavam indicadas numa das receitas que segui.
08 dezembro 2008
com dedicatória
«Toco a tua boca.
Com um dedo, toco a borda da tua boca, desenhando-a como se saísse da minha mão, como se a tua boca se entreabrisse pela primeira vez, e basta-me fechar os olhos para tudo desfazer e começar de novo, faço nascer outra vez a boca que desejo, a boca que a minha mão define e desenha na tua cara, uma boca escolhida entre todas as bocas, escolhida por mim com soberana liberdade para desenhá-la com a minha mão na tua cara e que, por um acaso que não procuro compreender, coincide exactamente com a tua boca, que sorri por baixo da que a minha mão te desenha.
Olhas-me, de perto me olhas, cada vez mais de perto, e então brincamos aos ciclopes, olhando-nos cada vez mais de perto. Os olhos agigantam-se, aproximam-se entre si, sobrepõem-se, e os ciclopes olham-se, respirando confundidos, as bocas encontram-se e lutam sem vontade, mordendo-se com os lábios, quase não apoiando a língua nos dentes, brincando nos seus espaços onde um ar pesado vai e vem com um perfume velho e um silêncio. Então as minhas mãos tentam fundir-se no teu cabelo, acariciar lentamente as profundezas do teu cabelo enquanto nos beijamos como se tivéssemos a boca cheia de flores ou de peixes, de movimentos vivos, de uma fragrância obscura. E se nos mordemos a dor é doce, e se nos afogamos num breve e terrível absorver simultâneo do fôlego, essa morte instantânea é bela. E há apenas uma saliva e apenas um sabor a fruta madura, e eu sinto-te tremer em mim como a lua na água.»
Com um dedo, toco a borda da tua boca, desenhando-a como se saísse da minha mão, como se a tua boca se entreabrisse pela primeira vez, e basta-me fechar os olhos para tudo desfazer e começar de novo, faço nascer outra vez a boca que desejo, a boca que a minha mão define e desenha na tua cara, uma boca escolhida entre todas as bocas, escolhida por mim com soberana liberdade para desenhá-la com a minha mão na tua cara e que, por um acaso que não procuro compreender, coincide exactamente com a tua boca, que sorri por baixo da que a minha mão te desenha.
Olhas-me, de perto me olhas, cada vez mais de perto, e então brincamos aos ciclopes, olhando-nos cada vez mais de perto. Os olhos agigantam-se, aproximam-se entre si, sobrepõem-se, e os ciclopes olham-se, respirando confundidos, as bocas encontram-se e lutam sem vontade, mordendo-se com os lábios, quase não apoiando a língua nos dentes, brincando nos seus espaços onde um ar pesado vai e vem com um perfume velho e um silêncio. Então as minhas mãos tentam fundir-se no teu cabelo, acariciar lentamente as profundezas do teu cabelo enquanto nos beijamos como se tivéssemos a boca cheia de flores ou de peixes, de movimentos vivos, de uma fragrância obscura. E se nos mordemos a dor é doce, e se nos afogamos num breve e terrível absorver simultâneo do fôlego, essa morte instantânea é bela. E há apenas uma saliva e apenas um sabor a fruta madura, e eu sinto-te tremer em mim como a lua na água.»
o jogo do mundo
julio córtazar
02 dezembro 2008
sabem o que notei mesmo agora na imagem amis aqui abaixo? que a curta a ilha das flores vai passar na versão original, em brasileiro. ai!
do dicionário da priberam:
brasileiro
de Brasil
adj. e s. m.,relativo ou pertencente ao Brasil;natural do Brasil;
pop.,por ext. indivíduo que foi ao Brasil e que voltou de lá rico.
português
do Lat. portucalense
adj.,relativo a Portugal;diz-se de uma variedade de trigo-mole;
fig.,franco, leal, apesar de rude;
s. m.,indivíduo natural de Portugal;indivíduo que tem nacionalidade portuguesa;língua falada pelos Portugueses, Brasileiros e todos os povos africanos de língua oficial portuguesa;antiga moeda de ouro.
'tá pcebidó moços?
01 dezembro 2008
do insulto ao elogio vai um instante e meio
You Are a Pig |
You are very intelligent, and you enjoy being around people. You can trust others easily. You have great reasoning skills, and you are quick learner. You are able to adapt to most situations. You tend to be very territorial and picky. You don't like people messing with your stuff. You have keen senses and reflexes. You can defend yourself well and quickly sense danger. |
28 novembro 2008
da suécia
saio às seis da tarde e já há mais de 3 horas que os meus passos são os únicos que os corredores da universidade ouvem.
26 novembro 2008
i could just taste it
aqueles cabelinhos à sueco* é que não se aguentam - espreitem na página da banda (é só clicar no nome aqui em cima) e até se assustam. mas o que é que lhes aconteceu?! credo...
*i.e. à foda-se.
20 novembro 2008
19 novembro 2008
17 novembro 2008
das coisas roubadas
«Então prescreveram morte por fuzilamento, mas Ascânio negou-se ainda: a sua objecção de consciência, explicou, era tanto de matar quanto de morrer.»
15 novembro 2008
14 novembro 2008
11 novembro 2008
bóveling ó euhle*
aviso: esta combinação específica não contribui para melhorar o (fraco) desempenho. outras combinações (e.g. nöjesfabriken/mariestads ou score/bellman 6,0) serão objecto de estudo a desenvolver num futuro próximo. ainda existem vagas para colaboradores, que serão preenchidas após análise cuidadosa de carta de motivação. estudos alargados de correlação quantidade/qualidade ou ainda teor alcoólico/qualidade não se encontram abrangidos pelo presente projecto, carecendo de financiamento exterior**. contribuições individuais serão bem-vindas.
* bowling och öl (bowling e cerveja)
**a 6 euros a garrafa mais vale andar a comprar politiofenos ao quilo!
**a 6 euros a garrafa mais vale andar a comprar politiofenos ao quilo!
07 novembro 2008
27 outubro 2008
"Não há fuga de cérebros. Há expulsão de cérebros."
«Sabia que há cientistas que ganham 745 euros? Que não têm direito a subsídio de desemprego, férias, Natal ou alimentação? E que não são aumentados há seis anos? (...)»
ler o resto aqui
26 outubro 2008
23 outubro 2008
no god
"This campaign to put alternative slogans on London buses will make people think – and thinking is anathema to religion." Richard Dawkins
o modo súbito de ficar parada
quando às vezes há soluços no avesso da voz
aperto as mãos para dar cor à pele
sem te saber perguntar pela ausência
se estivesses aqui,
como quem fala do tempo,
não te iria dizer que
por cima da voz há relâmpagos
maria sousa
quando às vezes há soluços no avesso da voz
aperto as mãos para dar cor à pele
sem te saber perguntar pela ausência
se estivesses aqui,
como quem fala do tempo,
não te iria dizer que
por cima da voz há relâmpagos
maria sousa
merda...
fiquei tão contente por conseguir finalmente resolver o meu problema com o firefox no computador da universidade (não me perguntem como que eu não percebi muito bem o que é que fiz nem devo conseguir reproduzir a proeza), que desinstalei o opera - assim duma assentada, sem apelo nem agravo, ingrata que sou mesmo depois de ele me ter salvo das garras do explorer. que se acalmem os aficionados, pois como vingança perdi os meus marcadores todos. todinhos. mesmo aqueles das páginas maravilhosas de física do estado sólido que eu ia espreitar hoje para o exame da semana que vem. ai.
06 outubro 2008
contratos selados com amor
«o que mais me diverte nestas e noutras ‘opiniões’ sobre este assunto é o facto de, para combater esse terrível mal que é o casamento entre pessoas do mesmo sexo, estas almas anunciarem todas os apocalipses possíveis e imaginários, com um único e estrito cuidado: ignorar que quer o casamento quer a adopção existem há anos em vários países, e nada do que prenunciam (incluindo uma intervenção divina do género sodoma e gomorra) sucedeu. na ‘liberal inglaterra’, por exemplo, (...) existe adopção por casais do mesmo sexo. como em outros 6 países da europa (além do canadá, vários estados dos eua, e áfrica do sul).»
e também vale a pena espreitar o artigo do dn, donde a segunda parte do post que indiquei acima foi retirada.
03 outubro 2008
ele há coisas que uma pessoa julga que só podem ser mentira. cambada de anormais.
"Métodos contraceptivos negam «verdade do amor conjugal», diz Bento XVI"
"Supremo confirma decisão de dispensa de cozinheiro com HIV"
"PS dividido impõe voto contra o casamento homossexual"com uma excepçãozinha para ver se não parece tão mal
não quero, pura e simplesmente*
«(...) se uma questão que diz respeito ao património básico da comunidade, como é a expressão da língua sob a forma escrita (que nos formula identitariamente e nos permite fazermo-nos compreender), é condenada pela unanimidade dos pareceres dos especialistas que sobre ela se pronunciaram, como é o caso com o Acordo Ortográfico, não parece existir alternativa ao que propomos, que é a sua suspensão para posterior revisão.
E não se trata aqui de matéria opinativa, como de modo incauto se pode supor. Não se trata de estar ou não estar de acordo com este documento que projecta a normalização da ortografia. Trata-se de verificar que ele propõe, numa matéria especializada, alterações que não estão cientificamente correctas, e que são unanimemente condenadas pelos entendidos, cabendo por conseguinte aos leigos a tarefa de reflectirem sobre os argumentos técnico-científicos que lhes são expostos.»
*«Em Junho, o ministro da Cultura afirmou no Brasil
que se o acordo é uma coisa boa, "então que seja o mais depressa possível".
Mas acrescentou: "Se é má, então não queremos, pura e simplesmente."»
02 outubro 2008
29 setembro 2008
"Dude, I'm not doing science. I'm just cheating the game!"
the way to a kid's scientific brain is through computer games.
23 setembro 2008
«the planet is fine. the people are fucked!»
(acho que já tinha posto este vídeo por aqui há uns meses) e eu acho-lhe muita graça.
para não pensarem que sou original - seria uma grandessíssima mentira.
outro acrescento: comecei por achar o vídeo de cima muito bonito. quando vi o macaco a
colocar a liana à volta do pescoço ia-me engasgando com o almoço. é um bocado parvo.
bardamerda bardamija
«"bardamerda" tem (...) origem em "vai beber da merda", que por sua vez é uma deturpação de "beber da mija" (antigamente, dizia-se também "beber da água, beber do vinho", etc.). Esta última expressão deu origem à menos comum "bardamija".»
o sócrates é meu amigo
anda o tempo a fugir-me não sei por onde não sei para onde, e vem este senhor alegrar-me os dias. não é que, sabendo como isto anda por aqui, o nosso primeiro condoeu-se de mim e arranjou-me uma razão para gastar uns dias e muitas coroas numas viagenzinhas a estocolmo ou a gotemburgo até ao consulado quando quiser ir votar? só para eu ter um descansozinho, será? obrigadinha. apanham uma pessoa desprevenida, nem sei o que dizer... até parece a outra vez com o referendo. espera... nesse nem indo ao consulado.
olha, bardamerda.
não há por aí nenhuma alminha amiga de ajudar (e de computadores)
que dê um jeitinho à embaixada portuguesa aqui na suécia?
aquele sítio faz pena.
22 setembro 2008
14 setembro 2008
faltas
faltam-me dias de sol, birras, o zumbido da mosca que se refugiou comigo na escuridão, passear por ruas que me reconhecem, o cheiro das cozinhas fugido por janelas entreabertas, o não ter de encher o silêncio com palavras de etiqueta. falta-me que os convites que faço não obriguem a uma garrafa de vinho, a uma caixa de chocolates, a uma delicadeza. não quero ser crescida assim. quero cabelos desalinhados, almofadas no chão e meias com riscas. se o que peço em troca é nada, porque será tão difícil que mo dêem?
12 setembro 2008
01 setembro 2008
29 agosto 2008
isto de se viver quase no pólo norte...
acabei de receber uma newsletter da tap a aliciar-me para experimentar um verão diferente, com sugestões de destinos. reacção imediata: isto anda mesmo atrasado. há que tempos que o verão acabou!
que triste que fiquei quando me apercebi que SÓ AQUI é que o verão já acabou...
21 agosto 2008
da choraminguice olímpica e outras tretas do género
recambiada para o topo do mundo - onde sobram árvores, lagos e escuridão -, tendo a deixar-me ir e confiar que qualquer grande mudança pela qual eventualmente o mundo passe acabará por me encontrar mais cedo ou mais tarde. meses de clausura seguidos por consumo frenético de jornais, revistas e demais parvoíces do género confirmaram-me já há algum tempo aquilo de que suspeitava: a maior parte do que se perde é barulho que não interessa a ninguém.
embora não faça grande esforço por me manter actualizada, isto não significa que faça o esforço contrário e feche os sentidos ao mundo. vou passando os olhos pelas gordas nos sítios de alguns jornais, pratico um pouquinho de sueco nos diários que se distribuem por karlstad e que acabam por decorar os assentos do autocarro (durante algum tempo ainda tentei o telejornal, mas depressa percebi que a seguir ao segundo cabecear já não estava a aproveitar nada e mais valia poupar o pescoço e ir para a cama), leio com mais ou menos atenção alguns blogues que aceitam espionagem do bicho rss.
nestes últimos deparo-me por vezes com uma convergência de interesses que alguns certamente considerariam cósmica (constou-me que aquela aldrabice d'o segredo também varreu terras lusas) e que eu prefiro atribuir à magia internética*. ultimamente o prato do dia tem sido a particupação portuguesa nos jogos olímpicos. ficaria encantada se toda esta discussão se tivesse gerado em relação ao país anfitrião, mas não. o grande problema não é a violação dos direitos humanos de milhões de pessoas em terras mais a leste, nem sequer a barracada da cerimónia de abertura e o que ela poderá indicar. o grande problema são as desculpas dos atletas portugueses quando não alcançam as medalhas que os grandes atletas de sofá já viam no horizonte - os mesmos atletas de sofá que já haviam de certo afiado a língua e treinado ao espelho aquele toma! de punho fechado a atingir com firmeza a palma da mão aberta ou mesmo, se as mais secretas esperanças (quase certezas) se confirmassem, um valente manguito a tudo e todos. ah!, afinal somos grandes.
goradas as expectativas, viram-se todos para os malvados dos atletas. aqueles mesmos que momentos após verem escapar-se em segundos as razões para dezenas de horas de treinos semanais, vidas sociais arruinadas, relatórios médicos medonhos antecipando velhice dolorosa e outras delícias do género, não conseguem esconder a desorientação e arranjar uma desculpa que seja de jeito. sim, porque uma desculpa todos querem. querem é que seja de jeito.
esgotadas as acusações aos atletas, apenas resta lamentar a triste sina, e mergulhar sem pudor no choradinho do país miserável em que vivemos! que nem nos jogos olímpicos. que ninguém vale um chavo. que até os atletas se esquivam. que só neste país. que grande par de estalos.
há poucas coisas que me arrancam reacção mais forte do que a moda d'o meu país é o pior de todos. é tão irracional quanto a d'o meu país é o melhor de todos, e creio que talvez ainda mais perigosa porque apela à inércia e ao cruzar de braços que o senhor do manguito tão bem caracteriza(va).
que se desenganem todos: os nossos atletas não são mais (ou menos?) do que os outros, nem sequer nas desculpas. o choradinho não é moda exclusiva portuga; não detemos patente. para chatear, vai aqui mais abaixo um recorte do metro sueco, correio dos leitores, de hoje:
tradução (muito) caseira:
atletas de topo escudam-se de responsabilidades na tv
inocentes. nós os suecos somos os mais inocentes/sem culpa/inimputáveis do mundo. se alguém não ganha nos jogos olímpicos a culpa é de outra coisa qualquer, seja lesões, doenças, os outros atletas ou os juízes. se choramos a culpa é dos meios de comunicação. os atletas têm sempre milhares de desculpas, como se vê na tv. admitir responsabilidade e reconhecer a fraca prestação e a superioridade dos vencedores não é cá com os suecos.
* esta da magia é engraçada,
mas fica para depois se me lembrar.
mas fica para depois se me lembrar.
20 agosto 2008
the grand challenges for engineering
«the century ahead poses challenges as formidable as any from millennia past. (...) in pursuing the century's great challenges, engineers must frame their work with the ultimate goal of universal accessibility in mind. (...) Through the engineering accomplishments of the past, the world has become smaller, more inclusive, and more connected. The challenges facing engineering today are not those of isolated locales, but of the planet as a whole and all the planet’s people. Meeting all those challenges must make the world not only a more technologically advanced and connected place, but also a more sustainable, safe, healthy, and joyous — in other words, better — place.»
. make solar energy economical (espreitem o que foi escrito aqui e aqui por palmira silva acerca da energia solar. ainda se ouve pouco acerca de alternativas plásticas, mas espero que esse silêncio se vá dissolvendo);
. provide access to clean water;
. restore and improve urban infrastructure;
. advance health informatics;
. engineer better medicines;
. reverse-engineer the brain;
. prevent nuclear terror;
. secure cyberspace;
. enhance virtual reality;
. advance personalized learning;
. engineer the tools of scientific discovery.
17 agosto 2008
afixe de mensagens curtas
jota: obrigada pela correcção. não me perdoo, verifiquei o nome duas vezes. aqui vai, com figas para ver se não me engano de novo: banksy.
sr. headache: obrigada! que boas que são estas sementes de boa disposição nas caixas de comentários.
claudjinha, meu amor: estou cheiinha de saudades tuas.
menino do futebol: parece sim, que em karlstad é mais fácil. é o que dá ser tudo gente de agenda internacional. em outubro não escapas, rapto-te do lab e pronto. fica é a faltar um santini com a menina, mas podemos trocar por um mui snobe chá das cinco.
restelo: o único local inóspito neste momento sou eu. aproveito e confesso-me: fico roidinha por dentro quando começas a falar dos teus planos para os fins-de-semana.
luís: outra semente de sorrisos. continuo em estado de perplexidade por saberes o meu nome.
não percebo porquê
mas jogos olímpicos na televisão despertam-me a gula por pecados de boca. esgotei as minhas reservas de gomas, bolachas, chocolate e porcarias de pacote neste fim-de-semana. tenho de começar a treinar o palato para pecados com mais requinte...
15 agosto 2008
29 julho 2008
20 junho 2008
18 junho 2008
15 junho 2008
salta-me a veia autoritária e tenho vontade de pegar no país por uma orelha (que a polícia sueca não me oiça ou ainda vou presa) e pô-lo de castigo
«Durante três dias, as estradas, em alguns pontos nevrálgicos do país, foram controlada por façanhudos que impediram a circulação de mercadorias. A polícia do Estado assistiu com benevolência. Habituada a dar porrada em trabalhadores fabris e estudantes faltava-lhe o cacete adequado e não actuou, nem seguramente recebeu ordens para tal. Agressões, atropelamentos mortais, destruição de bens, incêndios, foram consentidos com placidez. Enquanto os jagunços ocupavam a rua, o governo negociava com os representantes engravatados do sector. E repunha-lhes os lucros à custa dos restantes cidadãos, mais preocupados em encher os depósitos de carros e discutir o contrato de Scolari com o Chelsea.
Em plena crise a Galp aumentou o preço dos combustíveis. Mas não se ouviu nenhum grito de revolta, nem foi conhecida nenhuma acção responsável dirigida contra os distribuidores ou os produtores de petróleo.
A paralisação foi decidida, executada e dirigida por pequenos e médios patrões, com organização rudimentar. Os aparelhos sindicais clássicos que tinham mobilizado 200.000 pessoas na semana anterior assistiram, como o resto do país, ao espectáculo. Dos aparelhos sindicais neo-clássicos ninguém espera verdadeiramente nada.
Os partidos parlamentares estiveram a comemorar o dia não-se-sabe bem de quê. Os partidos de esquerda parlamentar fizeram declarações pavlovianas sobre a gaffe pavloviana do Presidente. A líder da oposição, economista de obra conhecida, esteve calada.
Os teóricos da alterglobalização fizeram ponte.
O Dr. Vital Moreira escreveu um artigo em louvor da economia de mercado regulada pelo Eng.ºSócrates e o dr. Loureiro fez um negócio milionário com peixe congelado no fim do prazo de validade.
Quando se esperava que os partidos explicassem aos eleitores a crise que encena os próximos episódios da civilização baseada no mercado, no individualismo e nos combustíveis fósseis, e apresentassem medidas para a dominar, houve futebol, história fedorenta, medalhas de metal sem valor em peitos sempre feitos e outros mais ingénuos.
Os jovens não acreditam na crise. Os jovens têm uma religião que tem como pilares os supermercados cheios de comida, o depósito de gasolina e os concertos de cerveja. A crise de Junho foi vivida como uma interrupção da festa, uma ressaca antes dos festivais de Verão.
Os mais velhos são jovens retardados. Como se vê nas reportagens do Europeu, os mais velhos olham para o lado antes de gritar, para ver como gritam os mais novos.
Os mais velhos dos mais velhos querem é que os deixem.
Os mais novos dos mais novos vão ser entregues aos pais biológicos.
Eu sei de um sítio com uma horta, água limpa, um falcão peneireiro nos céus. Não tenho é gasolina para lá chegar.»
copiado daqui
01 junho 2008
inventa-se tanta coisa para fazer quando o tempo é curto
What philosophy do you follow? (v1.03)
created with QuizFarm.com
You scored as Existentialism.
Your life is guided by the concept of Existentialism: You choose the meaning and purpose of your life.
“Man is condemned to be free; because once thrown into the world, he is responsible for everything he does.”
“It is up to you to give [life] a meaning.”
“It is up to you to give [life] a meaning.”
Jean-Paul Sartre
“It is man's natural sickness to believe that he possesses the Truth.”
Blaise Pascal
Existentialism | 80% | ||
Hedonism | 70% | ||
Utilitarianism | 70% | ||
Kantianism | 40% | ||
Justice (Fairness) | 40% | ||
Apathy | 35% | ||
Strong Egoism | 25% | ||
Nihilism | 25% | ||
Divine Command | 0% |
correcções
na barra ao lado o termómetro marca 26 ºC em karlstad.
é mentira. o termómetro da varanda diz que estão 30 ºC.
é mentira. o termómetro da varanda diz que estão 30 ºC.
. breaking news: nothing is still happening . there is no news today . nothing happened . zip diddley squat nada zilch nought not a bean . nothing breaks out all over the world . there is no war . there are no terrorist attacks . there are no funny stories . nobody died . united states has not invaded any countries . things are pretty much as they were yesterday . nothing is happening .
crónicas dos pequenos delitos
«As pernas, altas e grossas, estão presas numas jeans de feira que lhe apertam a parte de baixo das ancas e lhe fazem transbordar a carne em excesso, que sai, aliviada, por cima do cinto dourado de plástico.»
20 maio 2008
quem me ajuda?
num ataque inesperado de iutubismo, certamente relacionado com a pilha de papéis que me vem seguindo os passos neste últimos tempos gritando por mim (como se traduz glooms?), e em preparação dum afixe-maravilha acerca da eurovisão - sim, viver fora de portugal faz estas coisas às pessoas -, encontrei o carlospaiãopódearrozcinderela a cantar. aqui:
alguém me pode dizer se aquela moça de amarelo no coro é a ana bola? nem sei se vou conseguir dormir bem à conta disto... se calhar aproveito e ataco as tais glooming folhas. ahaha! deliro.
18 maio 2008
exercício de indiscrição
doem-me as palavras que carrego comigo; é tão mais fácil deixar que outros as carreguem. são mais escuras, densas, pesadas, as minhas. as dos outros têm a leveza dum dia de sol semeado de gargalhadas. quais escolher?
a limpidez e o arrepio da água, quer seja chuva, rio ou mar. o cinzento-prata do luar ou dos dias tristes. a música duma gargalhada que se solta de repente ou da canção perfeita em que se tropeça sem saber. o vento que nos beija a pele num dia quente de verão ou que nela descobre gretas escorrendo sangue. o sorriso que a saudade abre nos lábios de quem recorda ou que surge inteiro e sem medida no instante do abraço. o amor que se atropela na vontade de ser simples.
perguntaram-me: se te dividisses em 6 palavras e 1 imagem, quais seriam? hoje seriam estas.
pergunto de volta a 5: branco sujo, o cicio de salomé, nice day inside the closet, diário de bordo, gezellig.
a limpidez e o arrepio da água, quer seja chuva, rio ou mar. o cinzento-prata do luar ou dos dias tristes. a música duma gargalhada que se solta de repente ou da canção perfeita em que se tropeça sem saber. o vento que nos beija a pele num dia quente de verão ou que nela descobre gretas escorrendo sangue. o sorriso que a saudade abre nos lábios de quem recorda ou que surge inteiro e sem medida no instante do abraço. o amor que se atropela na vontade de ser simples.
perguntaram-me: se te dividisses em 6 palavras e 1 imagem, quais seriam? hoje seriam estas.
pergunto de volta a 5: branco sujo, o cicio de salomé, nice day inside the closet, diário de bordo, gezellig.
17 maio 2008
13 maio 2008
11 maio 2008
alterações na barra mesmo aqui ao lado
estou a ver se expulso o pó dos tempos agitados da barra do blogue, mas não prometo que consiga. no caso dos blogues, não é o pó que a agitação não deixa assentar, são as palavras. por serem as palavras o mais importante, comecei pelas minhas leituras.
o molecular thermodynamics desapareceu porque, passados uns longos meses, terminei a minha primeira cadeira a sério do plano de estudos! (houve outra, de pesquisa na biblioteca da universidade, mas essa nunca contou para muito - a irina que me perdoe.) comecei há umas semanas - e espero estar quase a terminar - física das superfícies. nem é preciso acrescentar nada ao nome, a tristeza não desaparece. quando acabar esta faço uma grande festa... (suspiro)
entre o shortcuts do raymond carver e estas collected stories da amy hempel já passaram alguns livros pela minha mesa de cabeceira. o melhor de todos mencionei algures aí mais abaixo: on chesil beach, de ian mcewan (vão já procurá-lo na livraria/biblioteca mais próxima!).
qualquer dia, quando o tempo e a paciência me encontrarem, hei-de falar um pouquinho de cada um. agora, tenho de ir raspar as batatas do fundo do tacho. o blogger fez com que, pela primeira vez, conseguisse queimar batatas enquanto as cozia. incrível, não?
qualquer dia, quando o tempo e a paciência me encontrarem, hei-de falar um pouquinho de cada um. agora, tenho de ir raspar as batatas do fundo do tacho. o blogger fez com que, pela primeira vez, conseguisse queimar batatas enquanto as cozia. incrível, não?
na suécia faz frio e neva muito - parte dois
mas, por vezes, faz calor. e é preciso comprar sandálias lindas para não fazer sofrer os pés. sacrifícios.
na suécia faz frio e neva muito
mas, por vezes, faz calor. e dá para apanhar banhos de sol na varanda do prédio; de biquini para escandalizar os vizinhos pensionistas. 25ºC
09 maio 2008
06 maio 2008
coisas a dizer
tenho a dizer que hoje cheguei à faculdade faltavam 5 minutos para as sete. tenho a dizer que só à porta me lembrei que tinha deixado o cartão (antes das 8h é preciso um cartão magnético e um código para entrar) no gabinete. e que por isso fui a correr atrás dumas pessoas que tinham saído comigo do autocarro e iam para outro edifício. foi a segunda corrida da manhã - o autocarro chegou dois minutos cedo demais e eu ia deixando um pulmão para trás na ânsia de o apanhar. o autocarro, não o pulmão. tenho a dizer que o edifício onde as tais pessoas entraram fica no cu-de-judas e que, mesmo com sono e a morrer da corrida, não me enganei no labirinto que é o caminho por pontes de vidros com recortes de andorinhas de plástico colados e esquinas e portas (umas trancadas, a pedir o tal cartão com código que ficou no gabinete ontem à noite, de que foi preciso esquivar-me) até ao meu edifício. não sei o que é que isto quer dizer, mas alguma coisa há-de significar.
tenho a dizer que talvez seja melhor parar com isto do blogger e pôr-me a trabalhar. mas antes de ir tenho mais duas coisas a dizer: 1. está tempo de dor de cabeça, aquele céu cinzentobaçoluminoso que nos obriga a semicerrar os olhos; 2. às 5h20 já o dia se levantou.
acrescento: o blogger não me quer aceitar uma linha de intervalo entre os parágrafos, raiospartamisto. o firefox deixou de funcionar no meu computador e tenho de usar o ie. isto acrescenta à minha dor de cabeça (só de olhar para o ie não vos faz doer a cabeça? esta merda apresenta tudo desfocado e esquisitóide...). também reparei que a minha barra fica toda desformatada aqui. não quero saber. vou trabalhar. beijinhos, sim?
segundo acrescento: a linha de intervalo já está. ha!
25 abril 2008
20 abril 2008
não é para meter inveja a ninguém
na sexta-feira comprei uma mesa de campismo horrível por 14 euros - que a minha colega de apartamento não vai querer porque não combina com as cadeiras (paneleirices).
hoje estive a resolver os meus exercícios de sueco na varanda. ao sol. de t-shirt. também almocei na varanda. ao sol. de t-shirt. acho que já estou com uma corzinha*.
* ahaha! delírio momentâneo.
deve ter sido do sol que apanhei na cabeça.
deve ter sido do sol que apanhei na cabeça.
10 abril 2008
em modo iutúbaro*
poucas horas de sono misturadas com 4 horas de trabalho que esperam por mim, implacáveis, espalhadas pelo quarto resultam nisto:
movin to the country gonna eat a lot of peaches
im movin to the country im gonna eat me a lot of peaches
im movin to the country im gonna eat a lot of peaches
movin to the country im gonna eat a lot of peaches
peaches come from a can they were put there by a man
in a factory downtown
if i had my little way id eat peaches everyday
sun soakin bulges in the shade chegam-me estas coisas assim de repente à cabeça abraçadas a cálculos de reflexões e refracções e difracções e outras merdas que as ondas fazem e que vou ter de ensinar amanhã
movin to the country im gonna eat a lot of peaches
movin to the country im gonna eat a lot of peaches
im movin to the country gonna eat a lot of peaches
movin to the country gonna eat a lot of peaches
i took a little nap where the roots all twist
squished a rotten peach in my fist
and dreamed about you woman
i poked my finger down inside makin a little room for a ant to hide
natures candy in my hand or can or a pie
millions of peaches peaches for me
millions of peaches peaches for free
millions of peaches peaches for me
millions of peaches peaches for free
look out
millions of peaches peaches for me
millions of peaches peaches for free
millions of peaches peaches for me
millions of peaches peaches for free
look out
08 abril 2008
ataque lusitano à escandinávia *
moonspell no festival de arvika - 3 a 5 jul 08
buraka som sistema no way out west em gotemburgo - 8 e 9 ago 08
* credo! parece título de jornal desportivo...
açorda
não sei se é por estar longe, mas a substituição dos coentros por tomilho* não estragou tanto a açorda quanto receava. deve ter sido a fome a misturar-se com a saudade.
* foi por necessidade.
e nem descrevo o choque que foi encontrar as últimas folhinhas de coentros apodrecidas no congelador...
já agora esclareço:
por cá também se consegue encontrar coentros
(poejo não sei, ainda nem consegui descobrir a palavra em sueco).
quatro caules raquíticos em vasinhos ridículos quase 2 euros.
e ainda está demasiado frio para pôr uns vasos na varanda.
e nem descrevo o choque que foi encontrar as últimas folhinhas de coentros apodrecidas no congelador...
já agora esclareço:
por cá também se consegue encontrar coentros
(poejo não sei, ainda nem consegui descobrir a palavra em sueco).
quatro caules raquíticos em vasinhos ridículos quase 2 euros.
e ainda está demasiado frio para pôr uns vasos na varanda.
02 abril 2008
eu devia era estar mergulhada em ondas para sexta... *
vampire weekend
jack peñate
devotchka
* isto é só para que me pese a consciência,
não se esforcem muito por entender.
não se esforcem muito por entender.
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